segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Top five

“Parada de fim de ano. Volto no dia 11. Feliz 2012 para todos nós.”

Esta frase foi escrita pelo jornalista e escritor Daniel Piza, em seu blog, no site do jornal O Estado de São Paulo, no dia 28 de dezembro do ano passado. Dois dias depois, Piza faleceu devido a um AVC. Assim, sem mais nem menos. Sem chances de evitar, sem chances de prever. Uma interrupção abrupta da vida: um crime. Poderia ser eu, poderia ser você.

Sempre tive uma péssima relação com a morte. Entendo que é um processo natural, mas invariavelmente fico com um sentimento de injustiça, como se fosse cedo demais, ou cruel demais, dependendo do dia ou da forma que a maldita resolva aparecer. Por mais que o próprio moribundo aceite que chegou a sua hora, o que se faz com quem fica para trás? Morte é pessoal e intransferível, mas parece que leva um pouco – às vezes muito­ – de quem continua a viver.

Há alguns dias circulou pela internet uma carta que um inglês, vítima de câncer, escreveu para os filhos antes de morrer. As crianças eram pequenas e ele sabia que tinha pouco tempo pela frente. Então deixou diversos conselhos por escrito, para que seus filhos lessem quando pudessem compreender – e para que soubessem um pouco mais dos valores deste pai que mal puderam conhecer.

A carta é emocionante. Não só pela ética e pelo carinho transmitidos a cada palavra, mas principalmente pelo paradoxo que aquele homem viveu quando teve a própria morte anunciada. Ao mesmo tempo em que estava indubitavelmente triste pela consciência do próprio fim, soube ver a oportunidade que tinha nas mãos e agarrou com todas as forças o privilégio de poder se despedir. Disse tudo o que precisava ser dito. Melhor, deixou por escrito. Com aquelas poucas linhas, marcou seus filhos para o resto da vida, mesmo sem poder estar presente. Faleceu com um motivo a menos para se arrepender.

Também no fim do ano passado, em outro texto que chegou a mim pela internet, Frei Betto mencionou uma australiana que trabalhou com doentes terminais e que, com base nesse convívio, elencou os cinco principais arrependimentos de quem está perto da morte. São eles: 

1. Gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim, e não a que os outros esperavam de mim.
2. Gostaria de não ter trabalhado tanto.
3. Gostaria de ter tido a oportunidade de expressar meus sentimentos.
4. Gostaria de ter tido mais contato com meus amigos.
5. Gostaria de ter tido a coragem de me dar o direito de ser feliz.

Fiquei um bom tempo refletindo sobre o terceiro ponto: “gostaria de ter tido a oportunidade de expressar meus sentimentos.” O que nos impede? Minha hipótese é que muitos de nós não estamos acostumados a dizer o que sentimos porque nos achamos isentos da efemeridade da vida. Mudos, vamos tomando o não dito por dito, perpetuando situações mal resolvidas, deixando emoções subentendidas, até que um dia a vida cobra a conta. Medalha de bronze. Terceiro maior remorso na hora de bater as botas.

Casos como o de Daniel Piza são brutalmente inesperados, por isso nos assustam e nos entristecem tanto. Por outro lado, o anúncio antecipado da própria morte, como o do pai inglês, também é um presente bastante amargo de se receber. Como falei, minha relação com a morte é a pior possível. Todas as hipóteses são ruins. Sessenta, oitenta, cem: qualquer idade é pouco para tudo o que tenho vontade de fazer.

Porém, se quisermos fazer uma leitura menos mórbida, a vulnerabilidade do ser humano e a iminência da morte são também uma oportunidade de renascimento. Há poucos dias um amigo se livrou de um acidente de carro impressionante: rolou barranco abaixo, foi jogado para fora do veículo, mas teve apenas alguns ferimentos. Tive também a oportunidade de conhecer uma pessoa que sobreviveu a dois AVC e se recupera incrivelmente bem.

Não vou cair no lugar comum de dizer que temos que viver cada dia como se fosse o último. É ingênuo na teoria. E impossível na prática. Porém, já que a vida não está mesmo em nossas mãos, o melhor que temos a fazer é tentar diminuir aquela lista de cinco arrependimentos ali em cima. É isso que tenho feito a cada texto que escrevo. Pouco a pouco, o terceiro tópico da lista (“gostaria de ter tido a oportunidade de expressar meus sentimentos”) vai sumindo da minha lista de possíveis pesares. Talvez um dia eu até possa me arrepender de expor uma parte importante da minha vida pessoal aqui. Mas com a quantidade de apoio que tenho recebido, com a quantidade de amigos que têm aparecido e reaparecido, posso afirmar com segurança: de solidão não vou morrer.


Para quem tiver interesse, todos os links que comentei no texto:
Blog do Daniel Piza
Carta do pai inglês: 28 lições de vida
Texto de Frei Betto: A arte de reinventar a vida
Blog: Eu sobrevivi a um AVC (mas foram dois)

46 comentários:

  1. Fabio, se a gente for pensar bem, pior do que a morte, que por si só já é uma coisa muito triste, é o sofrimento que certas pessoas passam antes de morrer ou por causa de doença ou por acidente ou até mesmo por assassinato e outras coisas horríveis.Penso que pra quem fica, é mais doloroso, mas pra quem vai dormir e não acorda mais, é uma benção dos céus.E como tds nós viemos pra esse mundo só pra ficar um tempo, temos que encarar a morte com mais naturalidade, ainda mais que dela ninguém escapa. Tb sei que falar é muito fácil, mas na hora de passar pela situação, a coisa muda de figura, com certeza.
    O certo mesmo é aproveitar a vida da melhor maneira possível,lembrando sempre dos 5 tópicos do texto e ir em frente. Um dia tds nós vamos nos encontrar em algum outro lugar que espero seja lindo,alegre e pleno de felicidade.

    Falei muito, só espero não ter falado nenhuma bobagem,só coloquei aqui meu pensamento.

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  2. Eu achei este documentário interessante porque mostra que cada pessoa carrega dentro de si um universo distinto e bonito até. É interessante o ponto de vista das pessoas do mundo inteiro sobre questionamentos como amor, perdão, morte, entre outros.
    Vale a pena.
    http://www.6milliardsdautres.org/

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  3. Quando a gente é criança, pensamos que só morrem pessoas idosas. Aí a gente cresce um pouco e se dá conta que qq um pode morrer e vem logo aquele pensamento "quero morrer antes dos meus pais", então crescemos mais um pouco e nos damos conta que esse é um pensamento egoista, pq não vamos sofrer, mas e eles? Sim, aí o sofrimento ficaria c/ eles. Infelizmente não tenho mais meus pais e mesmo eles tendo partido na minha fase totalmente adulta, posso garantir que dói, dói muito mesmo! Mas aí vem outro pensamento, minha avó materna que teve a tristeza de ver alguns filhos partirem, sempre falava que nada se assemelha a dor de perder um filho. Depois de td isso, chegamos à conclusão de que lidar c/ a morte não é nada fácil, afinal de um jeito ou de outro, ela sempre dói!!!

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  4. Rapaz, eu não vou ter vergonha de expor meu sentimentos e dizer que a cada palavra sua nesse blog eu me arrepio! É uma dose cavalar de boa energia. E ela chega aqui com força. Tenho acompanhado os textos e eles são pra mim como um alimento pra alma, pro espírito, desperta aquele pensamento interior, aquela vontade de me ligar a mim mesmo, olhar pra dentro e esquecer o que o mundo me joga na cara todo dia como padrão a ser seguido. Obrigado, mais uma vez e vai com tudo rapaz!

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  5. Ah, NossoPodcast sou eu, o Adolfo Palhares! ahuahauahau Abração, Fabinho!

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  6. Sonia, aqui é conversa solta. Não tenha receio de dizer bobagem. De qualquer forma, você não disse. bj

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  7. Camila, obrigado pelo link. Vou assistir.

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  8. Cléo, eu sofro tanto com morte que fico prostrado com morte de gente que nem conheço. Está aí um ponto em que preciso evoluir.

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  9. Adolfo "Nosso PodCast", que bom que tem lido. Obrigado por este comentário. Abração

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  10. Sempre achei que expor os sentimentos seria uma das melhores formas de não se estar em débito consigo mesmo...
    A idéia de morrer sem ter "dado a cara a tapa" sempre foi o que mais me assustou. É por isso que quando eu bater as botas (tomara que daqui a 112 anos) quero que esteja escrito na lápide: "Fez o que quis. De certo e de errado."
    P.S: Aproveitando o tópico "expor sentimentos" quero te dizer que você me enche de orgulho. Orgulho em ver que aquele menino, meu melhor amigo da 8a série, transformou-se num escritor de primeira e num homem que enfrenta o desconhecido "no osso do peito" ( expressão gaudéria que muito me agrada). Beijo pra você, Ana e ursinho Antonio.

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  11. Manu, também me orgulho de você. E tem sido muito bom retormar esse contato. A frase da sua lápide é excelente. Agora não vou sossegar enquanto não tiver uma para a minha também. Um bjão

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  12. Flizam, que lindo seu texto. Que forte e bonita a sua intenção de querer expressar seus sentimentos. O meio que estás usando pra isso (a escrita), é fabuloso! De solidão os elefantes não morrerão mesmo...

    Também tenho texto novo hoje. Passa lá?
    http://koisascomka.blogspot.com/2012/01/o-korpo-com-ka.html

    Superbeijo.

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  13. Fábio,

    É difícil, bem difícil dizer o que se sente olhando nos olhos do outro. E raro, no meu humilde entendimento. Por isso que as pessoas dizem no leito de morte. Quando dá tempo. E toda a família se derrete chorando...Não adianta nada ! Temos que dirigir a nossa alma, a nossa coragem, o nosso medo da rejeição e dar o recado, honesto, sincero,amoroso, em vida. Na minha lápide poderá ter algo assim: ela não foi estúpida com a sua vida. Já estaria mais do que bom.

    É sempre carregada de emoção genuína a tua forma de se expressar. Tu me dás toda a semana força e exemplo para continuar "de peitos abertos", em outra expressão gaudéria, a enfrentar a vida. Que não é mole não, garoto ! Como já sentiste, meu filho tão amado.

    Beijinhos.

    Mãe

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  14. Mãe, tentarei dar meus recados em vida. Bj

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  15. Fábio, belo texto, como sempre. Para pensar durante a semana. Deixar as "bobeiras" de lado e cuidar do que é importante de verdade. Continue colocando seus sentimentos por aqui, por favor. As segundas estão muito melhores do que já eram. Beijos, boa semana pra vcs 3.

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  16. Fábio,

    Eu sempre digo que poucos são os sábios que conseguem expressar em vida e em tempo os sentimentos. Comprovadamente essa prática acaba por garantir vida mais longa e leve!!
    Penso que esse deve ser nosso exercício diário!
    Obrigada por compartilhar conosco essa parte tao nobre e intensa da sua vida!!
    Bj!!!
    Carol Petrarca

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  17. Fala, Fabião! Eu tenho uma relação dúbia com a morte: quando existe alguma ameaça dela em minha vida, como por exemplo, uma situação de perigo ou violência, eu saio correndo! Hehe...Agora, imaginando e desejando que a morte venha quando eu for "véio", vou trabalhando minha mente com a citação de Epicuro, que é mais ou menos assim: "Enquanto vivo, a morte não existe. E quando ela existe, eu já não sou mais". Desta maneira, a gente tem de temer mesmo uma vida mal vivida e não a morte, imaginando que teremos algum tipo de consciência após a morte que nos dê arrependimento desta vida mal vivida. E, quem foi mais feliz: a Cássia Eller ou uma velhinha de 90 anos que sustentou um casamento infeliz a vida inteira? Ab! Da Vila

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  18. Ivana, toda segunda haverá mais sentimentos (e outros assuntos, pois variar é sempre bom). Boa semana tb.

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  19. Da Vila, você e seus comentários absolutamente interessantes, mas que me tomariam um novo post para responder. Vamos lá: vida mal vivida é um jeito de morrer aos poucos. Tem poesia do Neruda sobre isso, se não me engano. Pensando assim, tendo a imaginar que Cássia Eller foi mais hedonista, mas não necessariamente mais feliz do que a velhina. Nada justifica um comportamento que acabe com a própria vida, nem a situação - sempre modifiável - de ser infeliz. Felicidade mesmo é um conceito que se modifica dentro de cada um. Há possibilidade de as duas terem tido uma vida boa, com momentos felizes, mas com a felicidade se manifestando em aspectos diferentes. Como falei, precisaria de um texto inteiro para responder. Isto foi o melhor resumo que consegui fazer.

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  20. Da Vila e Fábio,

    Os comentários de vocês são tão bonitos, tão inteligentes, cada um com a riqueza do seu pensamento.

    Parabéns ! Isto aqui é um momento único para reflexão. Da Vila, em frente !

    Gostaria de acrescentar para apimentar a minha percepção: acho que nenhuma, nem a Cássia Eler nem a véinha foram "felizes". A Cássia porque encontrava prazer no que anestesiava ela e a véinha numa vida resignada. Sim, há momentos bons para as duas, como reflete o Fábio, mas...ser feliz, mesmo que seja por momentos, só se encontra naquilo que nos toca o coração. E para percebermos essa intensidade do coração temos que estar inteiros no momento. Droga e resignação não seriam, para mim,bons exemplos. Valeu, guris.

    Abs.

    Neiva

    Neiva

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  21. Novamente um texto maravilhoso!!!! A vida é isso mesmo, uma surpresa a cada dia, e como é importante vivermos bem, de coração aberto, sem preconceitos!!! A vida nos dá tantas oportunidades, porque não aproveitar??? O importante sempre é o amor que temos no coração!!! Um beijo grande pra vc e um para o Antônio!!!!

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  22. Rejane Silene de Castro24 de janeiro de 2012 às 07:43

    Olá Fábio!
    Uma bela reflexão sobre como as situações de nossa vida podem "acabar" em um instante qualquer, sem aviso prévio ou com aviso...
    Diferentemente de você, lido muito bem com a morte e nunca tive dificuldades em falar ou pensar nela. Sempre falo para minha família e amigos que se for morrer hoje ou amanhã podem ficar muito felizes, pois fiz o que tinha vontade de fazer; ajudei quem precisava; ouvi e falei o que considerava ideal para cada situação... se errei vou com intenção de acertar! Mesmo assim seria pretensão da minha parte dizer que dos cinco arrependimentos não teria nenhum, pois sempre temos e podemos fazer mais em vida.
    Obrigada por partilhar e permitir que todos nós possamos também expressar nossos sentimentos.
    Parabéns Fábio, você é um apaixonado pelo que faz!
    Abraço Rê

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  23. Dizem, também, que morremos um pouco a cada dia. Que seja!
    Com o advento da internet muitos de nós conseguimos colocar nossos "bichos" pra fora. Acho que a morte é a mais democrática das situações do ser humano, podemos questioná-la, se justa ou injusta, mas todos teremos o mesmo fim.
    Abraços!!!

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  24. Caparroz, prefiro a inversão: vivemos um pouco a cada dia. Grande abraço. Que bom que tem passado sempre por aqui.

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  25. Fabinho, também não gosto dessa ideia de morrer. Acho isso tão sem sentido e acredito que serei imorrível. No caso de estar enganada, há um tempo li ou ouvi o que colocarei na minha lápide: "De tanto bater, meu coração parou".
    E não posso deixar de te dizer(top 3) SOU TUA FÃ! Transformaste minhas segundas-feiras num dia muito feliz. Grande beijo pro trio.

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  26. Ana, mais uma excelente frase de lápide. Vamos ter que fazer um concurso! hahaha bj

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  27. Fábio,

    Há semanas tento escrever elogiando ou comentando seus textos. Mas confesso que fico insegura ao usar as palavras para referenciar textos tão bem escritos...
    Seu artigo hoje me emocionou de uma forma mais que especial. Há muitos anos, após sofrer por perdas repentinas, jurei para mim mesma que diariamente iria me esforçar para demosntrar meus sentimentos, fossem de alegria, amor ou descontentamento. Vez ou outra, percebo a reação de surpresa no olhar das pessoas quando verbalizo o que estou sentindo, principalmente quando uso a palvra amor. É intrigante como muitas pessoas não estão preparadas em receber elogios ou carinho.
    Eu decidi ser diferente, talvez demasiadamente sentimental, por um único motivo: não temos como saber o dia que iremos morrer. E eu não
    quero nunca mais me arrepender de ter sido contida com palavras amorosas. Escolhi tentar lidar somente com a saudade que sempre sentirei de quem eu amei e já partiu...

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  28. Roberta, se o receio era pelo texto bem escrito, você não tinha o que temer, porque seu comentário é tão bonito quanto qualquer frase que já postei aqui. Que bom que comentou: considero que é também uma forma de expressar um sentimento - o da identificação. Fico lisonjeado quando alguém "toma coragem" e divide suas histórias, como você acabou de fazer. É um privilégio para mim e para todos que passam por aqui. Grande beijo

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  29. Fábio,
    hoje voltei ao blog (depois de um bom tempo sem lê-lo) e fiz uma atualização de todos os posts que não havia lido. Um atras do outro fui entrando nas palavras e vendo um lado (seu e da Ana) que eu ainda não tive contato.
    Estou encantada e surpresa com tantos acontecimentos, conquistas, sustos, e principalmente com a coragem, determinação e amor com que vcs estão lidando com td isso!
    Chego a ficar envergonhada de estar tão ausente, de não estar sabendo de muitas coisas que ocorreram.
    Fiquei emocionada por demais (em lágrimas em 80% da minha leitura) vendo como conseguimos pensar que temos problemas, como nossa vida é ruim, entre outras coisas, e não paramos para perceber como essas dificuldades são criadas por nós mesmos e que a felicidade e realizações podem estar em coisas tão simples, tão singelas, mas que não damos a importância real para elas.
    Vc e a Ana são dois guerreiros escolhidos pelo Antônio para enfrentar junto a ele essas batalhas e, a seu tempo, alcançar suas vitórias e glórias.
    Parabéns para os dois, os avós, titios e titias, familiares e amigos que estão sempre dispostos a ajudar no que for preciso (tirando a prima desnaturada aqui!).
    2012 é um ano de mudanças, e entre elas está incluso mais visitas ao Antônio (quem o Miguel gosta muito e chama de "irmão").
    Beijos no Antônio, na Ana e em vc!

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  30. Serena, amigos são os irmãos que escolhemos. Primos ainda tem uma vantagem a mais, pois ainda há o laço familiar. Você e o Miguel são muito bem vindos para visitarem quando e quantas vezes quiserem. Iremos adorar. Obrigado pelos elogios no comentário. Um beijão.

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  31. Olá, Fábio
    Concordo com vc quando fala que sempre é cedo para morrer. Para perder alguém também. Mesmo sabendo que este é nosso fim, que é nossa única certeza, nunca, nunca mesmo estamos preparados para partir nem para vermos alguém que amamos partir. Fica sempre na gente a vontade de dar mais um beijo; dizer mais uma vez que amamos; um último carinho;uma última palavra; poder ver mais uma vez, sentar ao lado em silêncio absorvendo a sabedoria acumulada pelos anos.A morte encerra um ciclo e força a quem fica iniciar uma nova fase, difícil!!!! teu texto hoje foi extremamente tocante, pela perda do meu pai em dezembro/2011. Um abraço

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  32. Adriane, sempre é cedo para morrer pode também ser lido como nunca é tarde para viver. Uma postura positiva, de viver uma vida bem vivida, não importa quanto ela dure. Paz e força para absorver a perda do seu pai. Um grande abraço

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  33. Na minha natação fiz um trabalho de alongamento com um profissional que tratava apenas de recuperar movimentos de pessoas atacadas por AVC's cedo demais ou outras situações inacreditáveis! Conheci um senhor de 86 anos que havia ficado 3 meses na UTI e 1 ano e meio no hospital depois de tomar 1500 picadas de abelhas africanas, sendo 51 no olho. E ele, com 86 anos, tinha mais vontade de viver que muito mais gente que malhava os músculos cruzando a piscina pra lá e pra cá! O negócio é ter prazer de viver.

    Vi minha avó morrer aos 91 anos. E apesar da minha relação estranha com a morte, fiquei MUITO tranquilo, pois tinha certeza que ela buscou viver todos os dias até o final da vida muito bem: cercada de amigos, família e fazendo as coisas boas que a vida nos permite.

    Na reflexão que você me propôs, vi que meu maior medo é não ter aproveitado a vida como ele quer que nós aproveitemos! Então vamos a isso! :)

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  34. FÁBIO
    A MORTE....O DESCONHECIDO, TALVEZ SEJA POR ISSO O NOSSO MEDO. ELA É UM VÉO MATERIAL QUE NOS SEPARA DO DESCONHECIDO, E NÓS QUANDO DESENCARNAMOS VIRAMOS ENERGIA PURA SUSCETÍVEL DE VIBRAR POSITIVA OU NEGATIVAMENTE, POR ISSO TEMOS A NOSSA LIVRE ESCOLHA DE VIVER AQUI COM ÉTICA, RESPEITO E MUIIIIIIIIIO AMOR, ESSA BAGAGEM LEVAMOS SEMPRE CONOSCO E É O QUE NOS VALERÁ.
    A CADA PROVA QUE A VIDA NOS DÁ, NOS FORTALECEMOS, PELA DOR OU PELO AMOR.
    UM BEIJO PARA VOCES TREIS.....
    LILIANE

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  35. Vou copiar - com créditos devidos - esse seu post e postar no nosso blog, com sua devida autorização. Mais uma vez nem sei o que lhe dizer. E penso que em fevereiro, com o Carnaval, e tudo mais é um bom momento para fazer reflexões. Como atingimos uma população de pessoas que são amigas, ou profissionais, ou cuidadores, ou familiares, parentes ou pessoas com deficiências, e por conta disso há tantos sentimentos conflitantes dentro desse grupo, que seu texto é imperdível.

    Abraço grande
    Gisleine M Philot
    Terapeuta Ocupacional

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  36. Falaaa, Fábio. Olha eu aqui outra vez.
    Excelente texto. Esse ano pra mim começou bem assim, bem sem entender onde foi parar toda a vida de quem ainda tinha bastante pra se viver e no entanto partiu.
    Mas para o momento é o que temos e só nos restar compreender e aceitar que tudo o que podíamos compartilhar com aquele pessoa foi compartilhado e vivido a tempo.
    Abração
    Como sempre, parabéns pelo texto.

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  37. Sérgio, que bom vê-lo de volta. Você tinha comentado mesmo de uma perda, logo no início de ano. Espero que esteja encontrando formas de superar esse momento difícil. Abraço

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